sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Todo Esplendor

Todo Esplendor

Embevecida contemplo o céu inda em saiotes de neblina, aos poucos rasgando-as numa franja azulínea... Toca trompetes sem nuvens, em violões e banjos se abrindo no umbrífero vale onde dança o rio em braçadas de meninos sendo povoado!
Nos campos, em glórias, o astro rei bebe o hialino orvalho iriando sorrisos multicores... Ao passo que, em ramalhadas de gorjeios, moitas de asas espreguiçam a noite afinando o orquestral da aurora em trilos alvissareiros!
Um sino geme o primeiro sinal da missa... Enquanto o cortejo de fiéis quebra o silêncio da rua, alguns terços balbuciam fervorosas ave-marias!
Paro! Deixo meus olhos amarem a majestade desse instante onde, opípara, a vida acontece em apogeu!
Há coleirinhas nos braços de goiti, saracoteio indizível dos bem-te-vis, primeiro gole de flor do colibri! Airosas, as borboletas, na pontinha dos pés indo e vindo num inédito ballet estream rúbeos botões, encharcados de sol, uma a uma grassando suas pétalas!
Logo adiante, ciscando travessuras... Pardais beliscam promessas de um desjejum sob o olhar de um velho pinheiro, despenteado em cabeleira de andorinhas!
Ficará em mim essa manhã de dezembro... Quando, n'um aleluia interior resumida, sou regozijo e adoração ao Todo Esplendor! E no alvor desse momento inarrável em exaltação minh'alma jubila a vida
................................................................. Maravilhada!

By Iza
18/12/2008

2 comentários:

jo ra tone disse...

Belos poemas que encontrei por aqui
Gostei
Bom Natal

Anônimo disse...

O prazer que sinto lendo os seus versos, sempre cheios de amoções e de sentimenos é o mesmo prazer que sinto olhando uma nuvem corredo no céu, ou a água de um riacho dando vida às plantas e flores que
sempre existem às suas margens.
Beijo no coração, do papi
Théo