segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Furtivo Amor

Furtivo Amor

Nossa aurora se fez tão tarde, de impossível
Orvalho! Sonho de asas quebradas, gaiolas
De impedimentos, jamais permitindo
Um aceno... Trejeito d'uma alvorada!

O tudo não vivido, vive no pensamento! A
Cada passo um sino... Badalejando esta sina
Saudades do que não tive, olhares que não
Colhi, nascente reprimida navalha triste...

Neblina! Amor, furtivo Amor! Abstrato
Do incerto! Nunca à luz do dia... N´uma
Só alma nascidos, sem vôos a céu aberto!

Só a noite estrelejamos d’harpas o sideral
Em palpitações de anjos, altares de trinos
Nocturno recital! Adágios de sol afinando...

O destino, rouxinol e cotovia, d’hinos uma
....................................... Catedral!

By Iza
14/10/2009

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sábado, 24 de outubro de 2009

Poesia sem Rosto

Poesia sem Rosto

D´ares soturnos estes meus olhares
Sol amuado, sem brisa... Recados! Nuvens
Acampadas no meu coração! Murcho cortejo
De flores, campo calcinado! Suspiram...

Desencantos tristes violetas, não as enlaçam
O vento... Ora, um gemido apenas! Só eu e meus
Pensamentos no avesso d´um Poema, mesmo
As borboletas... Dormiram asas pequenas!

Aprisiono-me neste silêncio... Álibi do meu grito
Nele posso no abandono suportar espinhos
Abençoada mordaça onde guardo o aflito! Pelo...

Impossível da vida, um rito imposto! Palavras para
Quê, se foi dado o veredicto!? Das mãos céleres
Do tempo, mais um cálice de desgosto! Silêncio...

Meu mosto! Se verso não escrito, Poesia sem
............................................. Rosto!

By Iza
23/10/2009


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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Na Selva dos Dias

Na Selva dos Dias

Não posso olhos... Além destas noites nuas
D´um negro rigor vestido, o céu está fechado
Vivo feito sombra, albergue da solidão
Estrelas adormecidas... Versos sem luas!

Ando tão cansada! Me desperto antes do sol
Realejo dos passarinhos... E busco, por todos
Os cantos, a chave da aurora! Mas chove
Chove saudades, sombrejando-me o arrebol!

Desanimei Poemas na selva dos dias, rimas
Convalescentes deitam-se com o poente
Velejo tristezas... E o mar, calado, consente!

Uma fresta deste sorriso, permitam! Nuvens
Nuvens, apartais! Um cisco de olhar, ao menos
Desta aurora que se vai! Recolham! Recolham...

As redes deste único intante! O agora, amanhã
............................................. Jamais!

By Iza
21/10/2009


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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Teu Chamado Amor

Teu Chamado Amor

Dispersos tantos... Caminhos relutei
Na fé calçada, rochedo da fortaleza
Sem hesitar buscava meu afino, nas
Mãos do tempo... Batuta da certeza!

De longe vim... Cinderela e mocidade
Borralheiras noites em castelos de
Ventos! D'auroras fábulas... Sapatinho
De cristal, nas escadarias do pensamento!

Realidade... Ruga na fronte do sonho
Meu sim confiante, sabia n'uma encruzilhada
Tu'Alma da minha, o semblante! E n'um repente...

Fadas, gnomos e querubins... Nas três-marias
D'uma madrugada, langues d'um beija-flor
Ouvi teu chamado Amor! Sol, não mais...

Imaginário, d'luzes me estremecendo o
.................................... Sangue!

By Iza
13/10/2009


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domingo, 11 de outubro de 2009

E o Sol Deixou de Ser

E o Sol Deixou de Ser

Diga-me dos teus dias... Morro por ti
Abençoe-me com tua alvorada, permita ao
Vento dizer-te às lágrimas desta madrugada
Meus olhos nublados... Vacilam neste nada!

E o sol deixou de ser no silêncio da tua luz
Peito triste soluça nossa antiga canção
Si tu no estás aqui, abandono a vida
N'algema do tempo... Jazigo da solidão!

Diga-me das tuas noites... Saudade que me
Consome, ando no susto das horas te alucinando
Suspiro teu nome baixinho, verso da minha fome!

Deliro tua voz me acariciando... Pensamento do
Meu ninho, onde minh'alma prostrada, ajoelha prantos
Espinhos! E o sol deixou de ser no silêncio da tua...

Luz, abençoe com tua aurora, este vulto em forma de
....................................................... Cruz!

By Iza
10/10/2009


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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sedenta de Ti

Sedenta de Ti

Olho p'ro céu, que tanto me declamava estrelas
Não as encontro mais... Infinito vazio! Minhas
Pequenas mãos não conseguem ascendê-las
E a noite me atravessa... Gumes de calafrios!

Brisa... D'antes carícia, dedos em meus cabelos
Ora geme no telhado, ciscando desespero
Desgrenha as roseiras, rasga os cheiros da manhã
Sedenta do teu orvalho... Um gole, traço ligeiro!

Hálito da tua estrada... Poeira! E o sonho na
Algibeira! Como chegaste, partiste... Águas
D'um manso rio, quebradas na cachoeira!

Estrelas tão nossas... Das trevas reféns
Flores que estremeci a cada olhar de ti!
Camélias
E bem-te-vis quedando-se aos teus poréns! E...

A vida!? Ah! A vida sem fôlego, um nada! Sepulto
................................................ Colibri!

By Iza
05/10/2009


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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pétalas Abandonadas

Pétalas Abandonadas

Vejam! Reparem bem! Não é ali uma faminta flor!?
Ali! Naquele cantinho, toda encolhidinha, olhos
Presos ao chão! Espelho do desabrigo, filha do
Egoísmo... Ferida inda no seio, da vida em brotação!

Pétalas abandonadas entre os escombros da vida
E a pressa cotidiana, passa afobada... Não vê
Faces do abandono, olhos do desespero
Mágoas do amanhã n´um peito que já não crê!

A cada olhar negado, fica a semente! E as tantas
Fechadas mãos, assinam a conivência... Não sei! Não
Sabes! Não fui! Porém, quem cala consente! O...

Pólen das feridas, aos poucos, se desprende... Pelos
Becos esquecidas, rebentam indignação! Violetas!?
Violência! As pétalas de então! Vejam! Reparem...

Bem! Um revolto espinho!? Ali! Ali! A mão que
.............................................. Omiti!


*****

As regras, vezes... Apunhalam as exceções!!!


*****

By Iza
05/10/2009


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domingo, 4 de outubro de 2009

Pétalas do Amor Perfeito

Pétalas do Amor Perfeito

Lua! Dos amantes e Poetas! Sobre a serra
Te derramas em argêntea serenata, tua brisa
Lumeeira beijando o ventre das matas, sedosas
Melenas fulgindo, nos rios... Espelhos de prata!

Quem dera pudesse eu, o seio da tua
Fragata, pr’os longes dos oceanos marolando
Meus aflitos, por certo meus versos sozinhos
Não mais um pranto escrito! Ruas do...

Meu Amor, teus cachos luzidios, desfeitos em
Cascatas! Nos galhos da madrugada, jardins
Dos olhos dele... Rútila passeata! Minh´alma à...

Janela cariciando saudades, enquanto em sonhos me
Ama, olhares nele festejo! Pétalas do Amor perfeito
Cítara da emoção! Nas mãos da lua em lampejos...

No esquerdo do peito deixo, n´um patuá, o
....................................... Coração!

By Iza
22/09/2009


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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Maior Que Eu

Maior Que Eu...

Há um quê interrogativo no ar
Deste teu olhar ausente... Nuance
Sem precedentes, na cor do espinho
Chaga que vivo... Sangra o que sente!

Tantos dias... Pelo silêncio engolidos
Nó na garganta da felicidade! Difícil
Digerir tuas migalhas, esmolar uma gota
Se tempestade a saudade! Fecho os...

Olhos, não
quero sentir... Tu'alma dobrando a
Esquina da minha vida, acenando-me nunca mais
Maior que eu esta ferida! Não! Porque deveria...

Esta ópera do desatino!? S
e o nosso céu, meu Menino
É canção imortal, fado do destino... Muito além do
Bem e do mal!?! Resta-me permanecer, pois...

O Amor não reside no estar, mora no ser, inda que
............................................ Clandestino!

By Iza
29/09/2009


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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Das Auroras Não Escritas

Das Auroras Não Escritas

Sei da penumbra que me rasura em crepúsculos e do silêncio desabando nossas paredes, estrela sobre estrela erguidas, aos poucos cobrindo-as de heras no bolor destas noites solitárias fechando-lhes a porta do dia... Até teimo uma fresta, no sol rutilante das lembranças d'outrora, porém ele também chora esta lágrima e já não comparece em minhas cinzas manhãs!
Vacilo alguns passos... Tropeço na realidade que me aprisiona em suas redes, corredeiras que não aprendi a domar, braços já doridos pelas tantas incertezas não remam a desesperança destas pesadas correntes e nelas me deixo levar no arrasto da saudade!
Cansada! Parece o tudo um nada neste tempo não plantado tormentando as paisagens, fechando todas as cores que, por ventura, arriscam um botão... E o não da palavra me desbota a alma murchando meus caminhos em sua medrosa tentativa de ressurreição!
Já não passa pelo meu coração as luas do teu sonho... Nuvens o transbordam agora! Olho nosso retrato me sorrindo sobre a penteadeira e, nele, nossa felicidade me visita! Parece que foi ontem teu princípio em minha vida... Desde que comecei ser escrita pelas mãos deste Amor, deixei minhas páginas antigas na gaveta do esquecimento e hoje as procuro tentando expulsar o sorriso neste retrato guardado!
Não! Não estás às margens do tempo! És o maiúsculo do meu tempo!
Quando nas madrugadas, te cresces imenso em meu peito, grito tua alvorada... Se não vens, a noite me engole não permitindo outro sol e todas as auroras que ainda não te escrevi choram à sombra da tua ausência, mas permanecem aqui à espera d'um gole d'alma.............
............................................................................ Tua!


*****

"Semeei-me em ti... Semeaste-te em mim

Germinamos um no outro!"

*****

By Iza
30/09/2009


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