segunda-feira, 30 de março de 2009

Cansada Poesia

Cansada Poesia

Muralhas fechando meu dia num adormecimento de asas, inertes estátuas, como se quedas assombrassem seus vôos e já não fossem capazes de erguê-los no coração do Poema!
Nos olhos ciscam ainda memórias, porém não esgaravatam palavras como se uma nova contemplação fosse encolher todas as vestes antigas, tão cuidadosamente guardadas, pois teu estio se fez cratera no peito da viagem afligindo suas margens, nossas pontes silenciaram prometendo erosiva solidão!
Como sorrir minha janela em teu horizonte se tua presença, retalhos tão pequenos, não permite um olhar além das recordações e todos as paisagens, cuidadosamente cerzidas ao NÓS, desmaiam entre os parênteses (............) desbotados de tuas cores!?
Se ao menos, toda essa estrada, significasse amanhãs! Talvez fosse mais fácil beber as minguantes, apagar este grito, desaparecer esta bruma a emparedar-me o coração!
Desmaiam já, na celeridade do tempo, as últimas camélias! O sol, esquecido do meu quintal, dissolve-se além deste muro dentro do qual vivemos, eu e o passado... Pois o teu hoje, de malas assustadas, não me convida para ti e o amanhã fragmenta-se num mar de empeços parecendo não nos pertencer!
Na teimosia, inda sobrevivemos esperanças!
Mas... Todas as minhas estrelas reclamam por ti, na impossibilidade de céu, quebram a noite dormindo sua luz no breu da ausência e a lua se fez reflexo do meu espelho apagando ao mundo sua cansada...
........................................................................ Poesia!

By Iza
29/03/2009


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domingo, 29 de março de 2009

Eva Cativa de Mim

Eva Cativa de Mim

Versos ocultos! Não os cabem espelhos
Estes nos quais me escudo... Podados
Ao mundo e suas labaredas! Trincheiras
Da alma minha, seiva do meu conteúdo!

Em ti os deságuo... Mar do meu destino
Precipito-me no nada procurando novas dimensões
De passarinhar violões no peito do teu amor
No xis da tua saudade ser a razão das canções!

Meu sol em ti a pino, seja noite ou dia
Auroras me despontam só nos olhos teus
Poentes não atino sem a tua companhia!

Meu eu absoluto! Sem véus dissimulados
Na história da minha vida, maior
Protagonista! És tu o motivo do ser...

Da vida f
lorescer na Eva cativa de
.................................. Mim!

By Iza
18/03/2009


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segunda-feira, 23 de março de 2009

Cela do Espírito

Cela do Espírito

Culpada por amor! E o sonho, em goles de tristeza, vai apagando a ribalta dos meus olhos solitários num louvor de lágrimas!
Cálices! Apartai de mim estes travores! Despojos de videiras antigas sem a ebriedade do vinho! Cepas duvidosas já não encerram a vida, nem maduram cheiros... Apenas permanecem num credo teimoso de ressurreição!
E vou tuas sombras colhendo para vestir minh’alma que, na surdina das tuas canções, valsa o passado numa viagem inquieta pelos campos das ilusões pensadas em amanhãs, mas retidas entre o joio que a gente não curou e o trigo, queimado em lutos, voou então suas cinzas nas tantas ventanias que varreram nossas asas!
Como seriam nossas manhãs, em glórias de sóis, sobre o fulvo trigal se estendendo? No riso das nossas mãos o ouro desse sentimento fulgindo, sem esses mares de consciência nos afogando os gestos e os sentidos em circunspecções?
Na voz do tempo ouço ainda aquela nossa cantiga de eternidade, quando a saudade era apenas um estribilho nas estrofes do reencontro... Não! Esta ceia de lembranças, da qual sobrevivo, nestas noites em que o coração ajoelha súplicas esmolando uma migalha da lua tua!
Culpada por Amor! Chave do meu infinito! Eis o veredicto: Sentenciada à prisão perpétua, pois amar-te é a minha verdade, privada do tudo permanecerei algemada ao silêncio no qual te habito
........................................................ Na Cela do Espírito!

By Iza
23/03/2009


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sábado, 21 de março de 2009

Versos

Versos

Versos do meu encanto! Acalanto! Manto
Agasalho do espírito... Sua libertação
Albergue da solidão! Canto! Pranto
Que se derrama pelas mãos!

As chagas do coração! Tantas! Santas
Vão me lavando as palavras... Lágrimas
Nó ao pé da garganta! Espanta! Levanta
Impetando velas n’um mar revolto de rimas!

Verso! Sândalo! Fatal gume que perfuma
Jugular da emoção... Cajado da alma
Braços alados! Cruz pesada feito pluma!

Púrpuras amapolas sobre o papel
sangrando... Do pensamento a grafia
Rosicler aurora no ocaso desmaiando!

Dedos de eternidade esculpidos em
................................ Poesia!

By Iza
18/03/2009


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quinta-feira, 19 de março de 2009

Vôo




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terça-feira, 17 de março de 2009

Uma Gotinha Apenas

Uma Gotinha Apenas

Viageira me fiz na garupa do vento
Na esperança sempre de uma brisa tua
Não importando se algumas rajadas me
Dobrem as palavras... Deixem a alma nua!

Alazão sem rédeas... Veloz cavalgadura
Levando meus olhos a tantos confins
Mar adentro vai... Destro, resoluto! Debulha-se
Em cheiros no seio das rosas, colo dos jasmins!

Sem cansar jamais dos tantos volteios
Ri às margaridas, lhes sacode as saias
Caleando o chão num alvo flauteio!

Quando no crepúsculo faz sua vazante
Amedronta o sol, sopra-o do horizonte
Prosto aos pés da noite o meu peito orante...

Por, de ti, uma gotinha! Uma gotinha apenas
Do rosário, um terço! Do terço, uma
................................ Dezena!

By Iza
20/02/2008


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segunda-feira, 16 de março de 2009

Cais do Meu Coração

Cais do Meu Coração

Rio que tudo leva nas redes de sua cheia
Braços longos, macios... Remando à foz
Dormindo em seu leito uma cantiga serena
Escuta minha saudade! Não vá assim tão veloz!

Sei o destino teu... De mar a(mar)
Lá onde meu horizonte nunca será
Cais do meu coração onde minh'alma vaga
Beijando os pés do sonho, de sede a soluçar!

Nas mãos do teu destino entrego minha certeza
Inda que em turba sejas... Precipitado caminho
Arrisque novos remos, converse com a correnteza!

E leve minha esperança ao peito que me contém
Que seja num fim de tarde de gaivotas ambarinas
Múrmuros doces, suaves! Zéfiros de querer bem...

Ajoelhe esta minha prece no altar do meu
........................................ Amém!

By Iza
06/03/2009


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quarta-feira, 11 de março de 2009

Feições de Eternidade

Feições de Eternidade

Em manhãs assim com gosto de silêncio, feições de eternidade encolhem-se entre meus lençóis todas as minhas vontades! Abro o livro da nossa história, releio nossas páginas e deixo-me ficar no olhar dos meus pensamentos... Soletrando intenções, silabando tuas pétalas, arrumando flores na orquestra da saudade!
Quisera dobrar em sempres a face destes momentos... Tingí-los sem prazos, indeterminá-los no tempo!
Que não cresçam em afobações e ervas daninhas as calçadas, nem acorde a lida na garganta da cidade inda adormecida no suor do cansaço que lhe nutre as veias da vida!
Porém... Já orvalham chilreiras canções nas grimpas das goiabeiras, pios peregrinam em vôos sorrateiros, um sabiá desperta o gogó grinaldando a laranjeira, no relógio da matriz o primeiro gesto do dia estremece seus ponteiros em pêndulos de anunciação!
Ao longe, apitam passos impacientes... Palavras mastigadas com afã entre os bocejos da manhã, coberta de neblina, e algumas buzinas dizem da solidão profanada cortando a sangue frio o rumo da minha contemplação!
Fecho então o mundo além do portão e recolho-me na ilha que inventei para morar o NÓS, inabitada de outrem... Sem versos cansados ou ápice de poentes, sem estranhas marés quebrando nossas rimas de almas e corações num mesmo fragmento conjugados
.................................................................. Atemporais!

By Iza
10/03/2009


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domingo, 8 de março de 2009

No Sopro do Teu Amor

No Sopro do Teu Amor

Desassossegado... Ulula o vento lá fora
De porta em porta, de inquietudes cheio
Varrendo os semblantes das janelas
Indócéis... Silváticos ricocheteios!

E pranteia o céu amortalhando a tarde
Qual aquela em que vieste (chovia tanto)
Ao agasalho dos meus olhos... Nos
Andrajos do meu peito fiaste teu encanto!

Nem faz tanto tempo (presumo séculos)
Sou a partir de ti! Prólogo e epílogo! O antes?
Solidão... Chorando aos pés do crepúsculo!

Desde então, baniste meus cataclismos
Conduziste meu coração às águas da mansidão
No sopro do teu amor fechaste os meus
................................... Abismos!

By Iza
23/02/2009


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sábado, 7 de março de 2009

Fragmentos de Céu

Fragmentos de Céu

Desabrocham ave-marias nos sinos da manhã
De canto de olho a espia o sol! Fecundo
Aos poucos, enrubesce a alvorada
Inaugura o dia... Emoldurando o mundo!

O vale tranquilo em borboletas brota
Seu arco-íris fulgindo n'um festival de flores
Cabeleiras coloridas... Botões gráceis
Turbantes estampados n'um espalhafato de cores!

E como anima-se o terreiro, de ciscadas inteiro
Pintinhos amarelinhos esfarelam travessuras
Altivo e soberano... Canta o pai do galinheiro!

Corre lesto o riachinho flutuando melodias
No róseo beijo da brisa que passa bem de mansinho
Entre as árvores fruteadas de asas e chilreios...

Em pencas de ninhos madurando
...................... Passarinhos!

By Iza
25/02/2009


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quinta-feira, 5 de março de 2009

Enquanto o Sol Declina

Enquanto o Sol Declina

Como se delonga em mim a memória dos teus lábios e não empalidece nunca tua lua em minha pele! Mesmo quando dia, descansa na orla do meu pensamento e, ao mínimo sussurro, marola tua cheia! Sem acanhamentos... Acorda sonatas nos lençóis da tarde, borda vermelhos no lirial cetim esbraseando papoulas em claves de sol!
Meus olhos te contam então da saudade sorvida no gargalo da solidão, escorrendo-a agora, entre os dedos deste momento... No fôlego da felicidade! Onde espreitam teus gemidos a sede da minha boca, colheita de frêmitos em tua nudez inflamada! Incontinente! Costura arrepios na languidez do teu ventre acendendo teus caminhos em línguas de desejos, numa vagarosa jornada vai soletrando teu mapa, alucinando tua geografia... Ímpetus vulcões, lavas de insensatez!
E me compõem glórias o frenesi das tuas mãos, em vibrantes acordes, vestindo-me tua canção! Num vôo brejeiro relvejam-me trêmulas borboletas polinizando teu colibri no pistilo da minha Poesia que soabre-se, na umidade cúmplice do meu querer, ávida pelo orvalho de ti!
Em ebulição, na alma do êxtase... Corpos e corações tangam num Poema dos sentidos, rouca coreografia, copulando delírios até o declínio do sol que o peito nos consumia em chamas vorazes de.......
.......................................................................... Amor!

By Iza
05/03/2009


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quarta-feira, 4 de março de 2009

Dos Teus Hinos Vermelhos

Dos Teus Hinos Vermelhos

N'um sonho, a sós, seguia a alma minha
Sem margens ou tino, simplemente ia
Rendida ao crepúsculo, cingida à agonia
De um sol que desfalece, descolore... Definha!!!

Nos olhos dessa miragem desenha-se um sorriso
De quando existimos nós, numa única dimensão
No cultivo das horas fomos nossa amplidão
Escarlates canções... Celebrando paraísos!

Te fizeste um todo no alto dos meus anseios
Cerziste ao meu espírito tua rúbea roupagem
Auriflama da felicidade! Da saudade... Esteio!

Róscidos versos em meu seio aspergidos
Insano vinho em cálix de suplício
Neste sonho, a sós, bebia a alma minha...

Dos teus hinos vermelhos, a saliva dos
................................. Gemidos!

By Iza
01/03/2009


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terça-feira, 3 de março de 2009

Temeridade - Renato Baptista

Mais um pedacinho (Inédito) da Poesia Maior de
Renato Baptista... Para nos colher os
olhos, inebriar a alma!

Obrigado, meu Querido Amigo!


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Apenas Uma Menina - Renato Baptista


Renato Baptista é meu Padrinho Poético e foi a primeira
pessoa que conheci no mundo da Poesia! Passaram-se os anos,
fortaleceram-se os laços e nossa Amizade Maior permanece!
Amigos para sempre...
Assim fomos escritos nas páginas da vida!
Segue um Poema inédito de sua lavra... Majestoso Poeta,
meu Mestre, Padrinho e Amigo do Coração!

Apenas uma Menina

Menina que foi
Cheia de sonhos
Pensamento distante
No amanhã que viria

Menina que é
Doce encanto
Travessura constante
No presente selado

Menina menina
Que em mim se aninha
Dorme e sonha
Transcende serena

Menina avelã
Tatuada e distante
Primavera errante
Que sempre se anuncia

Menina que grita
Se descabela aflita
Corre e se desespera
Transbordando agonia

Sonhos de menina
Que viraram dia
Acordaram e choraram
Pelo amor que partia

Menina linda
Meiga e perversa
Como toda mulher
Como quem ama.

Renato Baptista


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segunda-feira, 2 de março de 2009

Na Alma dos Teus Olhos

Na Alma dos Teus Olhos

Tanto amor, tanta fé... E míseros escombros
Patuás de preces, andaimes de sacrifícios
Para se chegar ao píncaro dos suplícios
Enferma da saudade num catre de assombros!

Qual encruzilhada conduziu-me a essa cratera!?
Rebuçada ao mundo... No peito enclaustrada
Liames enrediços em minha terra cansada
Jazigo do sonho... Pascigo de heras!

Será o amor motivo de tantas penas!?
Se quando invoco asas, ruem-me as pernas
Imagino gazelas... Me riem hienas!

Escalei sobre teus passos, neles me ergui
Horizonte de quimeras! Iludi! Iludi!
Minha própria carne e espírito feri...

Na alma dos teus olhos, meu eu
............................. Perdi!

By Iza
01/03/2009


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