segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Delirando Sóis

Delirando Sóis

Apenas uma mulher... Perdida numa neblina confusa! Alheia ao mundo, olha o nada rabiscado pelas lágrimas! Nesses momentos descobre-se tão pouco sua, tão longe espírito, transcendendo o corpo que tem o seu nome, mas retardatário não transpõe as pontes consigo, desagregando-se quando nesses mundos absorta divaga.
Talvez, procurando descobrir suas reticências... Perguntando-se das tantas luas sumidas, retorna seu caminho para ver onde afinal a noite aconteceu!? Qual curva dobrou sem regresso, deixando numa rua passada o motivo dessa inquietação interior!?
Nesses momentos, nua de certezas, é só pensamentos! Sem tato e sem voz, anestesiada à realidade parece! Órfã de amanhãs, apesar do vasto trigal onde sonhou o pão da felicidade!
Tentou! E, após atravessar tantas pontes, finalmente delirou seu sol! Porém, num céu de aluguel... D’onde não poderia retirá-lo, pois seu brilho já luzia nos olhos de outros girassóis e arrancá-lo seria chover dores, calcinando todas as pétalas!
Indecifrável! Olha suas mãos de labores tantos, rendas de difícil tessitura! As vê tão vazias, como se a ceifa não houvesse acontecido e todo o plantio sido feito sobre pedras, onde nada germinaria! Somente o deserto! Onde seu olhar, preso às areias das horas, ainda tenta erguer castelos que o vento do amanhã poderá soprar lonjuras
................................................................... Do coração!

By Iza
15/12/2008

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