segunda-feira, 27 de abril de 2009

Grão de Mostarda

Grão de Mostarda

Silencioso, ao tom da noite, esmaia o sol
Lílio de ouro entressachado em vermelhos
Rompantes! À tarde morna, flores cingidas
Curvada fronte... Aos pés da lua em levante!

Bem de mansinho, sereno trina seu cristalino no ocaso
Bailando gotas no verde rosto da praça... Precipitando
O vai-e-vem de quem passa! Enceguecidos! Não vêem
O esto, nem rezam o encômio deste sacrário de graças!

Falaz subida, rouba-nos o fôlego da vida, no
Bafo do cansaço... Corrida infrene! Se o amanhã é
Branca espuma e, neste mar, sou desgarrado sargaço!

Silente júbilo então minh'alma salmeia
Omnipresente! Estro Magnificente do Criador! Tudo
Gloria... Pela humana flor, plantou a luz e a semeia!

Um grão de mostarda somente, aconteceria o
............................................. Amor!

By Iza
26/04/2009


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sábado, 25 de abril de 2009

Fios D'água

Fios D'água

Dentro em mim correm lembranças, um rio
Águas do ontem, sede do hoje! Argênteos luares
Esculpiam o corpo da noite... Estrelas multidões
Aos carrosséis, brincavam em nossos olhares!

No tempo, o templo da minha infância
Cumulado de altares! Sonhos... Tantos
No barco das horas o remo do riso
Remanso feliz... Manancial de encantos!

Cachoeiras, cujo leito o tempo polia
Sobre as pedreiras da vida... Chibatas do
Vento suão curvando o lombo dos dias!

Fios d'água que me percorreram... Dedos de
Saudades anelados de flores! Dobrando janeiros
Na travessa das marés, vincos na face escreveram...

Os pés da idade conduzem, ao mar, poente
........................................ Certeiro!

By Iza
25/04/2009


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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quantos Pássaros...

Quantos Pássaros...

Alvorei colibri no tálamo da Poesia
Cálice necessitado de sépalas
Serôdia gaivota em cópulas de outono
Neste abril desfolhado de pétalas!

Águias seroei ansiando imensidades
Tardo céu, intranquilo chão... Queda
Vertiginosa! Dei ombros à tempestade
Abismando sonhos em nuvens de solidão!

Olympicus ventus! Enrolando-me na echarpe de
Zeus! Tácito rouxinol... Bússola da perdição
Poentes con(dores) desertando-me Morpheu!

Campos de cegos girassóis... Andorinha só
Sem o verão dos teus olhos, tristuras rasa! Destino
Quebrado em dós, tormentadas penas...

Quantos pássaros até asas!?

By Iza
17/04/2009


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terça-feira, 21 de abril de 2009

Safra Solidão

Safra Solidão

Não me queres mais aos teus pés!? Que tal
Subir-te à cabeça desmoronando tuas certezas
Erguidas sobre o muro da distância!? Sem olhares
Febris... Rédeas impostas à própria natureza!

Ruindo tuas razões... Adentrar tua fortaleza
Gemer monossílabos em tuas vontades
Descarrilar teus versos provocando temporais
Rir, sem pressa, as mãos ávidas da saudade!

Em overdose, deitar meu corpo em tua
Canção! Desatinar teus caminhos, numa
Dança atrevida... Roubar-te o chão!

Temporada de caça à felicidade, mesmo fora da
Estação! O tempo é agora! Sem tantos sês, nãos,
Porquês... Tiros bêbados à queima roupa na ilusão!

Não sabes! Quão amargo o vinho safra
.................................. Solidão!

By Iza
19/04/2009


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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Maior Poema

Maior Poema

No rosto das horas teço rios, incontidos caudais da memória... À jusante choro margens, pois não me cabem no leito tantos afluentes entornando-se sem precisar o curso, qual indômitos corcéis, quebram a cordilheira da razão e avançam peito adentro tomando-me de assalto na vertigem da lembrança! Delírios destas minhas noites, ilhadas na solidão, invadem-me as veias... Misturam-se às lágrimas, correntes nos meus álveos, em chovida devastação!
Resquícios de espinhos abotoam-me os lábios dificultando abrolhos, desconsolando o sorriso sangram ocasos de luas escondidas... Parece até as estrelas, em perpétua expiação, beberam as trevas da tua prolongada ausência!
E sigo contornando escolhos, entornando palavras, tentando não dividir as águas que te derramam em meu coração... N’um tráfego congestionado de emoções tento ainda não perder o prumo acontecendo tardes, esparramando manhãs sobre a relva farta da saudade!
Ardo tochas de esperanças, ergo botaréus aos frágeis barrancos, erodidos já pela permanência prolongada no tempo do teu silêncio, rasgo montanhas ao meio para o passeio de nossas águas!
Bebo destes rios a dádiva deste querer e mesmo à beira escarpada arraigo meus sentimentos! Com eles espanto precipícios, redivivo flores e delas construo pontes, capazes de vencer até o impossível, conduzindo-me aos braços longos do nosso maior Poema...............
...................................................................... O Amor!

By Iza
15/04/2009


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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Abrace-me

Abrace-me

Abrace-me! Abrace-me com o coração
Neste instante a sós... Urgente necessidade
Dessedente-me da água tua! Confesse
Qual a minha, infinita tua saudade!

Agasalhe-me! Dentro do peito teu! Derrame
Tu'alma na minha, sussurre-me teus caminhos
Longes dos pensamentos onde jamais perlustrei
Teu sol e mar... Conchego do teu ninho!

Mesmo meu, liberto te quero, feliz passarinho
Se regressas... É só por mim, mais ninguém
Algemas quebram o riso, albergam sonhos sozinhos!

Abrace-me! Leia-me nos olhos este Amor

Escrito! Beba da minha lágrima... É minh'alma
Te sorrindo neste pranteio bendito...

Repouse minha inquietude no ombro do teu
........................................ Espírito!

By Iza
14/04/2009


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terça-feira, 14 de abril de 2009

Em Mãos

Em Mãos

Lua! Lua de quimeras! Coração da
Noite escura! Sem ti... Foge-me a claridade

Nas terras da saudade esmaecem as serenatas
Desbota a alegria no trevor que tudo invade!

Cega às estrelas! Sem ti... Como posso vê-las!?
Como reter o sonho se meu céu vazio
Parece-me até escapa da alma a Poesia

Sem a tua companhia... Apagado pavio!

Denegridas! Estas noites que atravesso
Por isto te rogo e te peço: lua esqueças o egresso
Leias estes meus versos... A ti os endereço!

Não te faças de rogada! Ao contrário, iluminada
Conduza-os à janela da minha Alma Amada! Sejas do
Amor a toada, te faças veloz alazão, por favor...

Entregue e
m mãos as batidas do meu
................................ Coração!

By Iza
14/04/2009



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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Muito Além das Tempestades

Muito Além das Tempestades

O ocaso ameaça-nos em tuas palavras... Toma-me os olhos, amedronta os trilhos dantes passos seguros da verdade!
Porque macular o sonho amanhando heras sobre a pilastra da sinceridade se a colheita, mesmo tão pouca, sempre me satisfez!? Se jamais cobrei flores, os espinhos necessários nunca estamparam as feridas e as luas que agonizei ao silêncio recolhi!?
Caminho no tempo desamarrotando as rugas da espera! Não quero saber se a chuva estival encolheu-me as asas tolhendo-me o horizonte ao impossível... Sob a pênula da saudade, em tua penumbra, me faço!
Ora? Apenas deixo-me ficar nas lágrimas deste instante enxugando dos olhos tuas últimas palavras... Vestidas do que me nego ver, do que faço de conta por não sobreviver ao tsunami da tua ausência turbilhonando-me o coração! Por isto, despacho as sombras... Para que não machuquem a luz esfumando as cores vibrantes do meio dia da nossa história! Não permitirei ao agora lacrimar nosso sentimento, pois é ante tempestades o momento do estar, o imenso do ser!
Não erigimos sobre a areia o alicerce deste Amor e em mim, inda que silente, sempre será o motivo do sonho sem importar falsas portas!
Heras não macularão a seiva do conteúdo! Sustentáculo de rochas! Límpido e imutável, raiz da minha existência, cultivado em nossas clareiras onde ainda me semeio e floresço, frutifico e permaneço....
.......................................................................... Vida!

By Iza
13/04/2009


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terça-feira, 7 de abril de 2009

Bem Maior

Bem Maior

Predestinados! Nada e ninguém nesta terra
Pode arranhar a canção! Bem que o mundo
Tenta... Vã investida, perdida ilusão
O imortal não perece, se sustenta!

Independe de olhos estranhos... Diamante
Verdadeiro! Lavra da nossa essência
No cinzel da alma lapidado... Ranhuras
E vendavais, só provam-lhe a resistência!

Inexpugnável! Não turva, nem entristece
Imune à ferrugem do tempo! Céu na
Terra acontecido... Intacto permanece!

E cresce... Nos campos felizes dos nossos
Corações! Não o tombam ventanias, nem afogam
Águas turvas de alheios aluviões, sombras...

Simplesmente passam! Sem macular a Poesia
.............................................. NÓS!

By Iza
08/03/2009


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sábado, 4 de abril de 2009

Pipas de Andorinhas

Pipas de Andorinhas

Matinais cantores fecham a madrugada
N'um chalrado de cores dedilhando as paineiras
Bicos festeiros penduram canções na crina do vento
Tapizando os montes, estende o dia, flava cabeleira!

Desponta a aurora... Grinalda de rosas! Nos
Braços da hora, a caminho do sol, voa alvissareira
Babados floridos, rendados de luz... Virgem
Nubente, na nave do tempo, desfila faceira!

Umbelas gráceis, n'um derrame de hortênsias
Esculpidas... Desabotoando-se em ribas de glórias
No espelho do lago, penteiam-se margaridas!

Jubilei! Óh céus, jubilei! Nesta fresta de
Infinito que aos meus olhos caminha! Regozigem
Sinos, farfalhem nuvens, Anjos de hinos...

Ao aflar dessa asa minha, em pipas de
............................. Andorinhas!

By Iza
03/04/2009


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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Arrebol dos Sentidos

Arrebol dos Sentidos

Noite atra atrevendo-se ao meu dia
Quantos sóis descambaram sem gorjeios
Avante! Não a quero em meu seio! De
Merencórias luas me anda o céu tão cheio!

É tempo já de cultivar borboletas
Cálamos erguidos ao páramo infinito
Penas esvoaçar na coragem da palavra
Banir a lágrima do horizonte aflito!

E descansar, à sombra, os meus medos
Trilhando as ruas dos teus pensamentos
Andar descalça entre os teus segredos!

No Poema dos olhos... O arrebol dos
sentidos! Flóreos luares rebentando delírios
Jardins de mel corolados de estrelas...

Lençóis festivos de magnólias e
............................ Lírios!

By Iza
01/04/2009


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