
Nessas horas em que o silêncio toma corpo, ocupa lugar no espaço apagando do mundo as palavras, até o arfar do meu peito transforma-se em grito, minha respiração ecoa em feição de tambores assombrando as palavras ainda virgens em meu seio! E sou a própria madrugada vestindo seu manto de aves, abrindo o gargalo da manhã num galo músico adiantado, pois que... Estrelas ainda me cochicham segredos, pulando carneirinhos sobre os bocejos do luar!
Não demora e o cheiro maduro do outono bebe a brisa levando meus pensamentos a outras plagas quando, em pés de poucos anos, amanhecia sob as mangueiras apanhando os frutos colhidos pelas mãos da ventania da última madrugada!
Não demora e o cheiro maduro do outono bebe a brisa levando meus pensamentos a outras plagas quando, em pés de poucos anos, amanhecia sob as mangueiras apanhando os frutos colhidos pelas mãos da ventania da última madrugada!
E como me sabiam os periquitos, os melros e os tem-tenzinhos! Brincavam comigo de tempo-será... Ao eco dos meus passos riscavam suas asas pousando-nas inquietas n’outros braços do pomar!
Raízes da inocência! Quando beijo estas saudades longes foge-me o coração, indo apear naquelas madrigais auroras onde o riso era música cotiadiana e as horas não contavam, pois o amanhã também seria em solama de folguedos, costura de bonecas e zunido de piorras, petecas, bolas de gude, queimadas e bandeirinhas, circo de travessuras... Bocas cheias de alegria!
Tempo! Tempo feliz! Tempo que nem vi passar! Podes vencer-me o corpo, mas minh’alma pulsa inda no peito daqueles dias... Filhos da simplicidade, fragrante carrossel de lembranças, de céu imensuráveis
........................................................................ Fatias!
By Iza
31/01/2009